Peter Himmel aproximou-se, agora com ar solene e inclinado à oratória.
- Vamos lá - começou ele como se tivesse sido chamado a sanar uma discussão insignificante entre crianças. - Qual é o problema?
- Leve o seu amigo - disse Jewel acerbamente.
- Está a chatear-nos.
- Que foi que disse?
- Você bem me ouviu! - disse ela com voz esganiçada. - Disse que levasse o seu amigo bêbedo.
A voz estridente sobrepôs-se ao barulho do restaurante e um criado apareceu correndo.
- Têm de estar mais sossegados!
- Aquele tipo está bêbedo - gritou ela -, está a insultar-nos.
- Ah-ah, Gordonzinho - insistiu o acusado. - O que foi que eu te disse? - Voltou-se para o criado. - O Gordon e eu somos amigos. Tenho estado a tentar ajudá-lo, não tenho, Gordonzinho?
O Gordonzinho olhou para cima. - A ajudar-me? Claro que não!
Jewel levantou-se subitamente e, agarrando no braço de Gordon, ajudou-o a pôr-se de pé.
- Anda daí, Gordonzinho! - disse inclinando-se para ele e quase segredando. - Vamos daqui para fora. Este tipo está com uma bebedeira indecente.
Gordon deixou que ela o pusesse de pé e encaminhou-se para a porta. Jewel voltou-se por um segundo e dirigiu-se ao responsável pela sua fuga.
- Sei tudo a seu respeito! - disse raivosa. É um rico amigo é o que você é. Ele contou-me tudo.
Depois agarrou no braço de Gordon e dirigiram-se os dois para a porta por entre a multidão curiosa, pagaram a conta e saíram.
- Tem de se sentar - disse o criado a Peter, depois de eles terem saído.
- Que é que diz? Sentar-me?
- Pois; ou ir-se embora.
Peter voltou-se para Dean.
- Anda daí - sugeriu -, vamos dar uma sova a este criado.
- Está bem.
Avançaram para ele, de rostos duros. O criado recuou.