- Calculavas, não calculavas? - A voz de John tremia de raiva. - Já ouvi demais. Se não tens suficiente orgulho e decência que te impeça de ter um romance com um tipo que sabes que já não é mais do que um cadáver, não quero ter mais nada a ver contigo!
- Não és um cadáver - protestou ela horrorizada. - Não és um cadáver! Não quero que digas que beijei um cadáver.
- Eu não disse nada disso!
- Disseste! Disseste que eu beijei um cadáver!
- Não disse!
As vozes tinham-se elevado mas, depois de uma súbita interrupção, caíram imediatamente no silêncio. Vinham passos pelo caminho em direcção a eles e, um instante depois, as roseiras foram desviadas revelando Braddock Washington, cujos olhos inteligentes, no seu rosto bonito e inexpressivo, os perscrutavam
- Quem foi que beijou um cadáver? - perguntou com nítida desaprovação.
- Ninguém - disse Kismine rapidamente. - Estávamos só a gracejar.
- O que é que vocês os dois estão aqui a fazer? perguntou impaciente. - Kismine, devias estar a ler, ou a jogar golfe com a tua irmã. Vai ler! Vai jogar golfe! Que eu não te encontre aqui quando voltar.
Depois baixou a cabeça a John e subiu a vereda. - Vês - disse Kismine zangada, quando ele já não podia ouvir. - Estragaste tudo. Nunca mais nos podemos encontrar. Ele não me vai deixar encontrar-me contigo. Mandava-te envenenar se soubesse que estamos apaixonados.
- Já não estamos! - gritou John ferozmente. Portanto pode ficar descansado quanto a isso. Além disso, não julgues que vou ficar por cá. Dentro de seis horas já eu irei por essas montanhas, nem que tenha que roer um sítio por onde passar, e irei para a costa leste.