— Agora basta, são horas de voltar para casa. Deve ser já muito tarde — disse finalmente Nastenka.—Chega de criancice!
— Sim, Nastenka. Simplesmente, já não conseguirei dormir: não voltarei esta noite ao meu quarto.
— Eu também não; estou certa de que também não conseguirei dormir. Em todo o caso, acompanhe-me.
— Certamente.
— Mas desta vez iremos mesmo para casa, tem de ser. — Absolutamente, absolutamente...
— Palavra de honra?... É que, apesar do que aconteceu, temos de ir para casa, cedo ou tarde.
— Palavra de honra!—respondi, rindo-me.
— Então, vamos!
— Veja o céu, Nastenka, veja! Amanhã iremos ter um dia magnífico. Que céu azul, que Lua! Olhe aquela nuvem que está prestes a ocultá-la, veja, veja!... Não, passou-lhe ao lado. Mas olhe, veja bem!...
Nastenka não olhava para a nuvem: conservava-se silenciosa, como que pregada ao chão; um momento depois estreitou-se timidamente contra mim. A sua mão tremia na minha; eu olhava... Apoiou-se em mim ainda com mais força.