12.
Eu li a vida de Thomas Carlyle, esta farsa que se produz a despeito do saber e da vontade, esta interpretação heróico-moral dos estados dispépticos. - Carlyle, um homem de palavras e atitudes fortes, um retórico por necessidade, que é constantemente agastado pela exigência de uma forte crença e pelo sentimento da incapacidade para tanto (- nisto ele é um típico romântico!). A exigência de uma forte crença não é a prova de uma forte crença, muito mais o contrário. Se a possuímos, então nos é permitido conceder-nos o belo luxo do ceticismo: estamos seguros o suficiente, prontos o suficiente, comprometidos o suficiente para tanto. Carlyle faz com que algo adormeça em si através do fortíssimo de sua veneração por homens de crenças fortes e através de sua ira contra os menos unidimensionais: ele carece de barulho. Uma constante deslealdade frente a si mesmo - este é o seu proprium, com isto ele é e permanece interessante. É verdade que ele é admirado na Inglaterra exatamente por causa de sua deslealdade...