Todos os catecismos se abriram e todas as cabeças se inclinaram silenciosamente sobre eles. O reitor entrou e sentou-se à secretária sobre o estrado. Um leve pontapé do rapaz alto da carteira por trás dele instou Stephen a que fizesse uma pergunta difícil.
O reitor não pediu um catecismo para interrogar os rapazes sobre a lição. Uniu as mãos sobre a secretária e disse:
- O retiro começará na quarta-feira à tarde, em honra de São Francisco Xavier, cujo dia se festeja no sábado. O retiro durará de quarta a sexta-feira. Na sexta-feira, haverá confissão durante toda a tarde, depois do terço. Se alguns rapazes tiverem confessores especiais, será preferível que não mudem. Será dita missa no sábado de manhã, às nove horas, com comunhão geral para todo o colégio. Sábado será feriado. Mas, tendo o sábado e o domingo livres, alguns rapazes poderão pensar que a segunda-feira não será dia de trabalho. Guardem-se desse erro. Penso que tu, Lawless, serias capaz de cometer um tal equívoco.
- Eu, senhor? Porquê?
Uma leve onda de silenciosa alegria varreu a classe, ao ver o sorriso severo do reitor. O coração de Stephen começou a apertar-se lentamente e a enfraquecer de medo, como uma flor que murcha.
O reitor prosseguiu gravemente:
- Todos conhecem a história da vida de São Francisco Xavier, o patrono do nosso colégio, suponho eu. Nasceu no seio de uma antiga e ilustre família espanhola e devem recordar-se que foi um dos primeiros seguidores de Santo Inácio. Conheceram-se em Paris, onde Francisco Xavier era professor de Filosofia na Universidade. Este jovem e brilhante nobre e homem de letras dedicou-se de alma e coração às ideias do nosso glorioso fundador e sabem que, por seu próprio desejo, foi enviado por Santo Inácio a pregar aos indianos.