Retrato do Artista Quando Jovem - Cap. 3: III Pág. 113 / 273

«Tentemos, pois, fazer em retiro em honra de São Francisco com todo o nosso coração e toda a nossa mente. A bênção de Deus cairá, então, sobre os vossos estudos deste ano. Mas, acima de tudo, espero que possais olhar para este retiro, ao fim de muitos anos, quando talvez já estiverdes longe deste colégio e em ambientes muito diferentes, com alegria e gratidão, e possais dar graças a Deus por vos ter concedido esta oportunidade de lançar a primeira pedra de uma vida cristã, piedosa, honrada e zelosa. E se, como pode suceder, houver, neste momento, nesses bancos, alguma pobre alma que tenha tido a inexprimível desgraça de ter perdido a santa graça de Deus e caído em pecado grave, confio fervorosamente, e para tal oro a Deus, em que este retiro possa constituir um ponto de viragem na vida dessa alma. Rogo a Deus, através dos bons ofícios do Seu zeloso servidor São Francisco Xavier, que essa alma seja conduzida ao sincero arrependimento e que a santa comunhão, no dia de São Francisco deste ano constitua uma aliança duradoura entre Deus e essa alma. Para justos e injustos, para santos e pecadores, por igual, que este retiro seja memorável.

«Ajudai-me, meus queridos irmãozinhos em Cristo. Ajudai-me com a vossa piedosa atenção, com a vossa própria devoção, com o vosso comportamento exterior. Bani das vossas mentes todos os pensamentos mundanos e pensai apenas nos momentos finais, morte, julgamento, Inferno e Paraíso. Aquele que se recorda destas coisas, diz o Eclesiastes, nunca mais pecará. Aquele que pensa nos momentos finais, agirá e pensará com eles sempre diante de si. Viverá uma boa vida e terá uma boa morte, acreditando, com firmeza, em que, embora tenha sacrificado grande parte desta vida terrena, tudo lhe será restituído mil vezes mais na vida que virá, no reino que não terá fim - uma bênção, meus queridos filhos, que vos desejo de todo o meu coração, a cada um de vós, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.





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