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Capítulo 3: III

Página 115
Sem ajuda! Sem ajuda! Ele - ele próprio -, o seu corpo a que tinha cedido, agonizava. Metam-no no caixão. Preguem-no dentro de um caixão de madeira, é um cadáver. Levem-no para fora de casa aos ombros de mercenários. Escondam-no da vista dos homens numa grande cova aberta no chão, metam-no na sepultura, para apodrecer, para alimentar a massa dos seus vermes rastejantes e ser devorado por gordos arganazes impacientes.

E, enquanto os amigos ainda choravam junto ao leito de morte, a alma do pecador estava a ser julgada. No último momento de consciência, toda a sua vida terrestre perpassava diante da alma, e, antes que ela tivesse tempo de reflectir, o corpo tinha morrido e a alma encontrava-se, aterrorizada, diante da tribuna do julgamento. Deus, que durante longo tempo fora misericordioso, seria agora justo. Tinha-se mostrado, por muito tempo, paciente, argumentando com a alma pecadora, dando-lhe tempo para se arrepender, poupando-a algum tempo mais. Mas o tempo esgotara-se. O tempo tinha servido para pecar e para gozar, para escarnecer de Deus e dos conselhos da Sua santa Igreja, para desafiar a Sua majestade, para desobedecer às Suas ordens, para enganar os Seus semelhantes, para cometer um pecado atrás de outro, para ocultar a sua corrupção da vista dos homens. Mas esse tempo chegara ao fim. Agora, era a vez de Deus: e ele não podia ser enganado ou iludido. Todos os pecados sairiam, então, dos seus escaninhos, os mais rebeldes contra a vontade divina e os mais degradantes para a nossa fraca e corrupta existência, as mínimas imperfeições e as mais odiosas atrocidades. De que servia, então, ter sido um grande imperador, um grande general, um maravilhoso inventor, o mais sábio entre os sábios? Todos eram iguais diante do tribunal de Deus.

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Capa do livro Retrato do Artista Quando Jovem
Páginas: 273
Página atual: 115

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 57
III 103
IV 156
V 186