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Capítulo 3: III

Página 117
Ele fala: e a Sua voz é escutada nos mais longínquos limites do espaço, até mesmo nos abismos sem fundo. Juiz Supremo, não poderá haver apelo da Sua sentença. Ele chama os justos para o Seu lado, fazendo-os entrar no Seu reino, na eternidade feliz que para eles preparou. Afasta de Si os pecadores, clamando, na Sua ofendida majestade: «Afastai-vos de mim, amaldiçoados, ide para o fogo eterno que o demónio e os seus anjos vos destinaram». Oh, que agonia, então, para os miseráveis pecadores! Os amigos vêem-se afastados, os filhos são separados dos seus pais, os maridos das suas esposas. O pobre pecador estende os braços para aqueles que lhe eram queridos neste mundo terreno, para aqueles de cuja simples piedade talvez tenha troçado, para aqueles que o aconselharam e tentaram levá-lo para o bom caminho, para um bom irmão, para uma irmã querida, para a mãe e para o pai que tanto o amaram. Mas é tarde de mais: os justos voltam as costas às desgraçadas almas condenadas que agora se lhes deparam com o seu carácter odioso e vil. Ó hipócritas, ó sepulcros caiados, ó vós que apresentais um rosto sorridente ao mundo, enquanto a vossa alma interior é um pântano de pecado, que fareis nesse dia terrível?

E esse dia virá, terá de vir, deverá vir: o dia da morte e o dia do julgamento. Está determinado que o homem morra e, depois da morte, seja julgado. A morte é certa. O tempo e o modo são incertos, quer após uma longa doença, quer devido a um acidente inesperado: o Filho de Deus chega na hora em que menos O esperamos. Deveis, pois, estar prontos a cada momento, pensando que podeis morrer em qualquer altura. A morte é o fim de todos nós. A morte e o julgamento, trazidos ao mundo pelo pecado dos nossos primeiros pais, são os negros portais que fecham a nossa 'existência terrena, os portais que se abrem para o desconhecido e o invisível, portais através dos quais todas as almas têm de passar, sozinhas, sem outra ajuda que a das suas boas obras, sem amigos ou irmãos ou pais ou mestres para as auxiliar, sozinhas e trémulas.

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pág. 117 (Capítulo 3)

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Capa do livro Retrato do Artista Quando Jovem
Páginas: 273
Página atual: 117

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 57
III 103
IV 156
V 186