- Dai-vos as mãos, Stephen e Emma. A tarde é bela, agora, no céu. Errastes mas continuais a ser os meus filhos. É um coração que ama outro coração. Uni as mãos, meus queridos filhos, e sereis felizes juntos e os vossos corações amar-se-ão.
A capela estava inundada pela fraca luz escarlate que se filtrava através das persianas descidas; e, pela fenda entre a última persiana e o caixilho da janela, penetrava um débil raio de luz, como uma lança, que ia tocar os bronzes cinzelados dos candelabros sobre o altar, fazendo-os fulgurar como as cotas de malha dos anjos, amolgadas pelas batalhas.
Chovia sobre a capela, sobre o jardim, sobre o colégio. Choveria para sempre, silenciosamente. A água subiria, centímetro a centímetro, cobrindo a relva e os arbustos, cobrindo as árvores e as casas, cobrindo os monumentos e os cumes das montanhas. Todas as vidas seriam destruídas, em silêncio: aves, homens, elefantes, porcos, crianças: cadáveres a flutuar silenciosamente entre os destroços do naufrágio universal. Durante quarenta dias e quarenta noites, choveria até as águas cobrirem a superfície da terra.
Podia acontecer. Porque não?
- «O Inferno alargou a sua alma e abriu a sua boca ilimitadamente»: palavras extraídas, meus queridos irmãozinhos em Jesus Cristo, do Livro de Isaías, capítulo quinto, versículo décimo quarto.