Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: IV

Página 175
Uma ruga de desprezo ensombrou-lhe imediatamente a fronte ao ouvir de novo o riso tolo do rapaz curioso.

Perguntou:

- Porque vamos mudar-nos outra vez, pode-se saber?

- Porporquepe opo sepenhoporiopio nos pos querper pôrpôr napa rupuapa.

O irmão mais novo, no extremo da mesa junto da lareira, começou a cantar a ária Muitas Vezes na Noite Tranquila. Um a um, os outros começaram também a cantar, até fazerem um coro. Ficariam a cantar durante horas, melodia atrás de melodia, canção após canção, até a luz desaparecer por completo no horizonte, até as primeiras nuvens negras surgirem no céu e a noite cair.

Aguardou alguns momentos, escutando-os, antes de começar a cantar com eles. Causava-lhe um sofrimento espiritual escutar o acento do cansaço nas suas débeis vozes frescas e inocentes. Ainda antes de iniciarem o caminho da vida, pareciam antecipadamente fatigados.

Escutou o coro de vozes na cozinha reverberado e multiplicado pelo eco infinito dos coros de infinitas gerações de crianças, e ouviu em todos os ecos o eco desse mesmo acento repetido de cansaço e sofrimento. Todos pareciam cansados da vida antes de nela penetrarem. E recordou-se de que Newman também tinha escutado esse acento nos versos fragmentados de Virgílio, «dando expressão, como a própria voz da natureza, àquele sofrimento e cansaço, apesar da esperança em coisas melhores, que haviam sido experimentados pelos seus filhos em todos os tempos».

Não conseguia esperar mais.

Entre a taberna de Byron e o portão da capela de Clontarf entre o portão da capela de Clontarf e a porta da taberna de Byron, e depois novamente até à capela e novamente até à taberna, passeara lentamente, a princípio, pousando escrupulosamente os pés nos espaços dos desenhos do passeio, e depois dando aos passos o ritmo de versos.

<< Página Anterior

pág. 175 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro Retrato do Artista Quando Jovem
Páginas: 273
Página atual: 175

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 57
III 103
IV 156
V 186