- E são uma ordem muito rica, não são, Simon?
- Bastante. Vivem bem, digo-to eu. Viste a mesa deles em Clongowes. Bem alimentados, por Deus, como galos de combate.
Mr. Dedalus empurrou o seu prato para Stephen e pediu-lhe que acabasse de comer o que restava.
- Ora bem, Stephen - disse ele -, tens de meter mãos ao trabalho, meu velho, já tiveste umas belas férias.
- Oh, tenho a certeza de que ele vai trabalhar muito agora - disse Mrs. Dedalus. - Especialmente agora que terá o Maurice junto dele.
- Valha-me São Paulo, esqueci-me do Maurice - disse Mr. Dedalus. - Anda cá, Maurice! Chega aqui, meu malandro de cabeça dura! Sabes que vou mandar-te para um colégio onde te vão ensinar a escrever g-a-t-o, gato. E vou comprar-te um bonito lenço de um péni, para conservares o nariz limpo. Não vai ser divertido?
Maurice sorriu para o pai e depois para o irmão.
Mr. Dedalus ajeitou o monóculo no olho e fitou ambos os filhos. Stephen molhava o pão, sem retribuir o olhar do pai.
- A propósito - disse, finalmente, Mr. Dedalus -, o reitor, ou antes, o provincial, contou-me aquela história passada contigo e com o padre Dolan. Ele disse que és um patife imprudente.
- Oh, não é nada, Simon!
- Claro que não! - disse Mr. Dedalus. - Mas ele fez-me um grande relato da história toda. Estivemos a conversar, sabes, e uma coisa puxa a outra. E, a propósito, quem pensas tu que ele me disse que vai obter aquele lugar na corporação? Mas depois conto-te. Bom, como eu ia dizendo, estávamos a conversar amigavelmente, e aí ele perguntou-me se este nosso amigo continuava a usar óculos, e depois contou-me a história toda.
- Pareceu-te aborrecido, Simon?
- Aborrecido? Nem pensar! «Um rapazinho corajoso!», disse ele.
Mr.
