As suas vozes impacientavam-no e não conseguia conservar os pés quietos. Mas o caixa ainda atrasou o atendimento a outras pessoas para lhe dizer que os tempos tinham mudado e que não se podia dar coisa melhor a um rapaz do que a melhor instrução que o dinheiro pudesse pagar. Mr. Dedalus demorou-se no vestíbulo, olhando em volta e observando o tecto, e dizendo a Stephen, que insistia em que saíssem, que se encontravam na Câmara dos Comuns do antigo Parlamento irlandês.
- Deus nos proteja! - disse ele piedosamente. - Quando pensamos nos homens desses tempos, Stephen, Hely Hutchinson e Flood e Henry Grattan e Charles Kendal Bushe, e nos nobres que agora temos, chefes do povo irlandês, tanto no país como no estrangeiro... Por que razão, por Deus, não hão-de estar mortos num campo de dez acres, como eles? Não, Stephen, meu velho, sinto muito dizer que isto é o mesmo que passear numa bela manhã de Maio no alegre mês de Julho.
Um cortante vento de Outubro soprava em volta do banco. As três figuras de pé, no extremo do caminho enlameado, tinham os rostos enfiados e os olhos chorosos. Stephen reparou nas roupas pouco espessas da mãe e lembrou-se de que, alguns dias antes, tinha visto uma capa que custava trinta guinéus nas montras do Bernardo.
- Pronto, está feito - disse Mr. Dedalus.
- Será melhor irmos jantar - disse Stephen. - Onde?
- Jantar? - disse Mr. Dedalus. - Bom, suponho que é o melhor que fazemos, não acham?
- Num sítio que não seja muito caro - disse Mrs. Dedalus.
- No Mal Passado?
- Sim. Num sítio sossegado.
- Venham - apressou-se a dizer Stephen, - Não importa o preço.
Começou a caminhar à frente deles, com pequenos passos nervosos, sorrindo. Eles tentaram acompanhá-lo, sorrindo também da sua ansiedade.
