Orgulho e Preconceito - Cap. 18: Capitulo XVIII Pág. 108 / 414

Naquelas circunstâncias era necessário, por uma questão de. etiqueta, fazer esta última observação. Mas ninguém menos do que Mrs. Bennet encontrava prazer em ficar em casa. Concluiu desejando que Lady Lucas tivesse a mesma felicidade, embora fosse evidente que acreditasse não haver nenhuma possibilidade de acontecer tal coisa.

Elizabeth procurou em vão reprimir o fluxo das palavras da mãe e persuadi-la a descrever a sua felicidade num tom mais discreto, pois viu com inexprimível desapontamento que Mr. Darcy, sentado defronte delas, ouvia quase todas as suas palavras. Sua mãe até ralhou com ela por ser tão absurda.

- Que me importa Mr. Darcy? Que motivo tenho para ter medo dele? Estou certa de que não lhe devemos um respeito tal, que nos obrigue a nada dizer que possa descontentá-lo.

- Pelo amor de Deus, mamã, fale mais baixo. Qual a vantagem de ofender Mr. Darcy? Não é desta maneira que se fará estimar pelo seu amigo.

Nada do que disse, entretanto, teve a menor influência. Sua mãe continuou a expressar as suas opiniões no mesmo tom. Elizabeth enrubescia repetidamente de vergonha e desapontamento. Não podia deixar de lançar de vez em quando um olhar a Mr. Darcy, embora cada vez se convencesse mais de que estava se realizando o que ela mais temia, pois embora Mr. Dar-cy não olhasse continuamente para a sua mãe, a sua atenção estava invariavelmente presa ao que ela estava falando. A expressão do seu rosto mudou gradualmente, do desprezo para a indignação e desta para uma severa gravidade.

No entanto, chegou um momento em que Mrs. Bennet nada mais teve a dizer. E Lady Lucas, que já bocejava há algum tempo, com a repetição dos prazeres que ela não tinha probabilidade de compartilhar, procurava se consolar com presunto frio e galinha.





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