Orgulho e Preconceito - Cap. 18: Capitulo XVIII Pág. 109 / 414

Elizabeth se sentiu reviver. Mas não durou muito tempo a sua tranquilidade, pois acabado o jantar falaram em música. E ela teve a mortificação de ver Mary, depois de ligeira insistência, se preparar para responder ao apelo dos convidados. Tentou, por olhares significativos e mudos apelos, impedir que a irmã desse essa prova de boa vontade. Mas em vão. Mary não compreendia os seus sinais. Uma tal oportunidade de exibir-se era-lhe deliciosa e ela começou a cantar. Os olhos de Elizabeth se fixaram nela com os mais dolorosos sentimentos. Ouviu as várias estrofes com uma impaciência muito mal contida, pois Mary, ao perceber entre os agradecimentos a sugestão de que ela pudesse ser instada a renovar o prazer que estava dando aos seus ouvintes, recomeçou a cantar, depois de uma pausa de meio minuto. As forças de Mary não estavam absolutamente à altura de um tal feito; sua voz tornou-se fraca, seus gestos afetados. Elizabeth sofria torturas. Olhou para Jane a fim de ver como é que ela suportava aquilo, mas Jane conversava discretamente com Bingley. Olhou para as duas irmãs e viu que elas faziam sinais uma para a outra, caçoando de Mary. Darcy continuava, porém, impenetravelmente grave. Elizabeth olhou para o pai, a fim de suplicar a sua interferência, caso Mary se propusesse cantar a noite inteira. Ele compreendeu o gesto e quando Mary acabou de cantar pela segunda vez, disse, em voz alta:

- Isto basta, minha filha. Você cantou muito bem e nos deleitou a todos. Agora deixe as outras moças brilharem.

Mary, embora fingisse não ouvir, ficou um tanto perturbada. Elizabeth, penalizada por ela e descontente com a sem-cerimónia do pai, teve medo de que a sua ansiedade tivesse sido inútil. Outras moças foram convidadas.

- Se eu tivesse a sorte de saber cantar - disse Mr.





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