Orgulho e Preconceito - Cap. 18: Capitulo XVIII Pág. 110 / 414

Collins -, estou certo de que teria o maior gosto de dar aos ilustres presentes o prazer de uma ária, pois considero a música um passatempo muito inocente e

perfeitamente compatível com a profissão de um sacerdote. Não quero afirmar entretanto que seja justo dedicar todo o nosso tempo à música, pois existem, é claro, outros deveres. O reitor de uma paróquia tem muito o que fazer. Em primeiro lugar ele deve fazer um acordo sobre as contribuições, sem ser muito pesado ao seu protetor. Ele deve escrever os seus próprios sermões e o tempo que lhe sobra não será muito para os deveres da paróquia e para o cuidado e conservação da sua casa, que ele deve tornar tão con-fortável quanto possível. E não creio que sejam de pouca importância os cuidados que toma para mostrar-se atencioso e benévolo para com todo o mundo, especialmente para aqueles a quem deve a sua situação. Não me posso eximir desta obrigação, nem posso estar de acordo com um homem que faltasse à ocasião de apresentar os seus respeitos a qualquer membro da família dos seus protetores.

E com uma reverência a Mr. Darcy, ele concluiu assim a sua tirada, pronunciando-a tão alto que metade da sala o ouviu: muitos o olharam surpresos e muitos sorriram, mas ninguém pareceu se divertir mais do que o próprio Mr. Bennet, enquanto a sua mulher, muito séria, dava parabéns a Mr. Collins por ter falado tão sensatamente e observava, num meio sussurro a Lady Lucas, que ele era um rapaz notavelmente inteligente e distinto. Elizabeth pensou que se toda a sua família houvesse entrado em acordo para se expor ao ridículo naquela noite não poderia ter desempenhado o papel com mais espírito nem com maior êxito. E achou que Bingley e sua irmã tinham sido bastante afortunados, pois parte daquela exibição escapara à atenção do primeiro.





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