Suas reflexões foram em geral satisfatórias. Mr. Collins não era a bem dizer nem sensato nem agradável. A sua companhia era cansativa. E a sua afeição por ela devia ser imaginária. Mas mesmo assim seria seu marido. Sem ter grandes ilusões a respeito dos homens ou do matrimónio, o casamento sempre fora o seu maior desejo; era a única posição tolerável para uma moça bem-educada e de pouca fortuna. E por mais incertas que fossem as perspectivas de felicidade, era ainda a forma mais agradável de ficar ao abrigo da necessidade. Esta proteção, ela agora a obtivera. Tinha vinte e sete anos e jamais fora bela. Sabia portanto que tivera sorte. A circunstância menos agradável era a surpresa que aquilo devia causar a Elizabeth Bennet, de cuja amizade ela precisava mais do que a de qualquer outra pessoa. Elizabeth ficaria espantada e provavelmente a censuraria. Embora isto não afetasse a sua resolução, ela se sentiria ferida com semelhante desaprovação. Resolveu comunicar-lhe pessoalmente a decisão e, assim, recomendou a Mr. Collins, quando ele voltasse a Longbourn para jantar, que tivesse a maior discrição. Mr. Collins prometeu guardar segredo. Mas tal promessa só poderia ser cumprida com muita dificuldade; pois a curiosidade produzida pela sua longa ausência explodiu em perguntas tão diretas que foi necessário uma grande habilidade a fim de iludi-las e ao mesmo tempo exigiram dele um grande sacrifício, pois ardia de desejo de revelar o seu êxito.
Como ele fosse partir na manhã seguinte muito cedo, a cerimónia de despedida foi realizada na hora em que as senhoras se retiravam para dormir; e Mrs. Bennet, com grande cortesia e cordialidade, exprimiu a felicidade que todos sentiriam em tornar a vê-lo em Longbourn, quando os seus deveres permitissem uma nova visita.