Bem sabe que não sou romântica. Nunca fui. Desejo apenas um lar confortável. E, considerando o carácter de Mr. Collins, as suas relações e a sua situação na vida, estou convencida de que tenho as mesmas possibilidades de ser feliz no casamento que a maioria das outras mulheres.
Elizabeth respondeu calmamente:
- Sem dúvida.
Depois de uma pausa embaraçosa, as duas amigas se reuniram ao resto da família. Charlotte não se demorou mais por muito tempo. E Elizabeth teve o ensejo de refletir sobre o que acabara de ouvir. Mas só muito tempo depois é que se reconciliou com a ideia de um casamento tão disparatado. A extravagância de Mr. Collins, fazendo duas propostas de casamento em três dias, não era nada em comparação com o consentimento de Charlotte. Elizabeth sempre desconfiara de que a opinião de Charlotte sobre o casamento não se parecia muito com a sua. Mas nunca poderia ter suposto que no instante de confrontar as suas ideias com a realidade ela fosse capaz de sacrificar todos os seus melhores sentimentos às vantagens mundanas. Charlotte mulher de Mr. Collins era um quadro humilhante. E à dor de ver uma amiga se rebaixar assim na sua estima acrescia a triste convicção de que era impossível que aquela mesma amiga fosse feliz no caminho que escolhera.