Collins que frequentemente a impressionava. E embora não o achasse nem de longe tão inteligente quanto a si própria, pensava que, se o encorajasse a ler e a se ilustrar como o fizera, ele poderia tornar-se um companheiro muito agradável. Mas na manhã seguinte todas as esperanças dessa natureza foram dissipadas. Miss Lucas veio em visita pouco depois da primeira refeição, e a sós com Elizabeth relatou os acontecimentos do dia anterior.
A possibilidade de imaginar Mr. Collins apaixonado pela amiga já tinha ocorrido a Elizabeth nesses últimos dias, mas não podia crer que Charlotte o encorajasse. Isto" lhe parecia quase tão impossível para a amiga quanto para ela própria. Sua surpresa foi assim tão grande que ultrapassou a princípio os limites da discrição e ela não pôde deixar de exclamar:
- Noiva de Mr. Collins? Minha cara Charlotte, não é possível!
A expressão grave com que Miss Lucas contava a sua história se alterou momentaneamente com a confusão que sentia por receber uma censura tão direta. Mas como Charlotte já contava com aquilo, recuperou logo a calma e respondeu:
- Por que é que você está espantada, minha cara Eliza? Acha incrível que Mr. Collins agrade a uma mulher? E isto só porque ele não teve a felicidade de lhe agradar?
Mas Elizabeth já tinha recuperado o domínio sobre si mesma. E, fazendo um grande esforço, conseguiu assegurar a Charlotte com certa firmeza que a perspectiva de se tornarem parentes lhe era muito agradável e que ela lhe desejava todas as felicidades imagináveis.
- Eu sei o que você está sentindo - replicou Charlotte. - Você está admirada porque Mr. Collins há tão pouco tempo ainda desejava se casar com você. Mas quando você tiver tempo de pensar sobre o assunto, espero que aprove a minha decisão.