Mr. Darcy ficou próximo a eles, cheio de silenciosa indignação, diante de uma maneira tão grosseira de passar a noite, impossibilitando qualquer
conversa. Estava tão absorto nos seus pensamentos que só reparou que Sir William se tinha aproximado dele no momento em que este começou a falar:
- Que divertimento encantador para os jovens, Mr. Darcy! Não há nada como a dança. Eu a considero uma das formas mais requintadas de divertimento das sociedades cultas.
- Decerto, Sir William; e a dança tem também a vantagem de estar em moda entre as sociedades menos requintadas do mundo. Todos os selvagens sabem dançar.
Sir William apenas sorriu.
- Seu amigo dança muito bem - continuou, depois de uma ligeira pausa, ao ver Bingley reunir-se ao grupo dos que dançavam; - e eu não duvido de que o senhor seja um adepto dessa arte, Mr. Darcy.
- O senhor deve ter-me visto dançar em Meryton.
- É verdade. E tive grande prazer. O senhor dança frequentemente em St. James?
- Nunca, Sir William.
- Não acha que seria uma homenagem digna daquele lugar?
- É uma homenagem que eu não concedo a nenhum lugar, se puder evitar.
- O senhor tem uma casa em Londres, não é assim? Mr. Darcy se inclinou.
- Já tive projetos de me fixar também na cidade - prosseguiu Sir William -, pois aprecio muito a sociedade. Mas tive receio de que o ar de Londres não conviesse a Lady Lucas.
Deteve-se com a esperança de que o outro lhe respondesse. Mas o seu companheiro não estava disposto a isto. E, como Elizabeth se aproximasse naquele instante, Sir William pensou praticar um ato muito galante chamando-a.
- Minha cara Eliza, por que não está dançando? Mr. Darcy, permita-me apresentar-lhe esta jovem como um par bastante desejável. O senhor, estou certo, não poderá se recusar a dançar, quando se encontra ante tão grande beleza.