Orgulho e Preconceito - Cap. 43: Capítulo XLIII Pág. 268 / 414

e Mrs. Gardiner que avistavam agora Mr. Darcy em pessoa, a expressão de surpresa do jardineiro ao ver o patrão teria sido suficiente para o revelar. Ficaram um pouco afastados, enquanto ele conversava com a sua sobrinha, e esta, atônita e embaraçada, mal ousava levantar os olhos, e respondia inconscientemente às perguntas de cortesia que ele lhe fazia sobre a sua família. E, extremamente surpresa com a mudança nas maneiras de Mr. Darcy, cada frase que ele pronunciava agora aumentava a sua confusão. Voltavam-lhe à mente todas as ideias a respeito da inconveniência de encontrá-lo ali e os poucos minutos em que estiveram juntos foram os mais penosos da sua vida. Ele não parecia também estar muito à vontade. Quando falava, a sua expressão não tinha a calma habitual. Perguntou várias vezes em que dia Elizabeth saíra de Longbourn e quanto tempo se demoraria no Derbyshire, de uma maneira tão apressada que se tornara evidente que os seus pensamentos estavam longe. Afinal todas as ideias

pareceram faltar-lhe. E, depois de ficar parado e mudo durante alguns instantes, Mr. Darcy voltou a si de súbito e se despediu.

Os outros então se aproximaram dela e exprimiram a sua admiração pela figura do rapaz; mas Elizabeth, inteiramente absorta em seus pensamentos, não ouviu uma só palavra. Acompanhou-os em silêncio; sentia-se esmagada de vergonha e de contrariedade. A sua vinda ali fora a ideia mais infeliz e mais irrefletida do mundo. Como aquele encontro deveria parecer estranho a Mr. Darcy! E sob que luz desfavorável não a colocaria aos olhos de um homem tão vaidoso! Poderia até parecer que ela se tinha atirado no seu caminho! Oh, por que tinha vindo? Ou por que tinha ele vindo na véspera do dia em que era esperado? Se tivessem saído dez minutos mais cedo de Pemberley, ele não a teria reconhecido de longe, pois era evidente que chegava naquele momento e que tinha acabado de saltar do cavalo ou da carruagem.





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