Orgulho e Preconceito - Cap. 47: Capitulo XLVII Pág. 306 / 414

Jane correu para os tios e os abraçou, agradecendo a ambos com sorrisos e lágrimas. Depois entraram todos na sala. As perguntas que Elizabeth já tinha feito foram naturalmente repetidas pelos outros. Mas logo ficaram sabendo que Jane não tinha nenhuma notícia a dar.

No entanto, devido ao seu carácter indulgente, Jane ainda não perdera todas as esperanças. Ainda acreditava que tudo acabasse bem, e que uma manhã daquelas chegaria uma carta, de Lydia ou de seu pai, explicando o procedimento dos fugitivos e anunciando talvez o seu casamento. Em seguida foram todos ao quarto de Mrs. Bennet, que os recebeu exatamente como era de esperar. Com lágrimas, lamentações, invectivas contra a conduta infame de Wickham, queixas pelos padecimentos que lhe infligiam, ela acusava a todo mundo, esquecendo-se de que fora ela própria, com a sua insensata indulgência, a causadora principal do que acontecera à filha.

- Se me tivessem feito a vontade - disse ela -, se eu tivesse ido também para Brighton, com toda a família, isto não teria acontecido. Mas a minha pobre Lydia não tinha ninguém para tomar conta dela. Por que é que os Forster a perderam de sua vista? Estou certa de que houve um grave descuido da parte deles, pois Lydia não seria capaz de fazer isto se alguém tivesse olhado por ela. Sempre achei que eles não serviam para tomar conta de minha filha. Mas, como sempre, ninguém ouviu a minha opinião. Minha pobre filhinha... E agora lá se foi Mr. Bennet. Eu sei que ele vai se bater em duelo com Wickham, quando o encontrar, e na certa será morto. Que é que vai ser de nós depois? Os Collins vão nos expulsar daqui antes de o corpo ficar frio. E, se você não for bom para nós, meu irmão, não sei o que será.

Todos protestaram contra ideias tão sinistras.





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