Orgulho e Preconceito - Cap. 56: Capítulo LVI Pág. 379 / 414

Mr. Darcy está noivo da minha filha. E agora, que tem a dizer?

- Apenas isto: que sendo este o caso não precisa temer que ele me venha fazer uma proposta.

Lady Catherine hesitou por um momento, e depois respondeu:

- O noivado deles é de natureza especial. Desde a infância foram destinados um para o outro. Era o maior desejo da mãe dele, bem como o meu. Planejamos esta união enquanto ainda estavam no berço. E agora, quando o desejo de ambas as irmãs poderia ser realizado, uma moça de classe inferior, sem nenhuma importância na sociedade e totalmente estranha à família, ousaria se interpor entre eles, sem nenhuma consideração para com os amigos dele e o seu compromisso tácito para com Miss de Bourgh. Terá perdido todos os sentimentos de delicadeza e de equilíbrio? Não ouviu dizer que desde o seu nascimento ele foi destinado à prima?

- Sim, já ouvi dizer isto antes. Mas que tenho a ver com isto? Se não existe outra objeção ao meu casamento com o seu sobrinho, o simples fato de saber que sua mãe e a sua tia queriam que ele casasse com Miss de Bourgh não me faria renunciar a ele. Planejando o seu casamento, fizeram tudo o que lhes era dado fazer. A sua realização depende de outras pessoas. Se Mr. Darcy não está ligado a esse casamento nem pela honra nem pela inclinação, por que motivo não poderá ele escolher outra pessoa? E se esta escolha recair sobre mim, por que não hei de aceitá-la?

- Porque a honra, a decência, a prudência e até o interesse o impedem. Sim, Miss Bennet, o interesse. Pois não espere ser recebida pela família dele e pelos seus amigos se agir propositadamente contra a vontade de todos. Será censurada, humilhada e desprezada por todos os parentes de Mr. Darcy. Seu casamento será a sua infelicidade.





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