Elizabeth agradeceu de coração e em seguida dirigiu-se para a mesa sobre a qual havia alguns livros. Bingley imediatamente se ofereceu para ir buscar mais alguns, todos os de que dispunha na biblioteca.
- Desejaria para seu benefício e meu próprio crédito que a coleção fosse maior; mas sou um sujeito preguiçoso e, embora não possua muitos livros, ainda não os li todos.
Elizabeth lhe assegurou que aqueles que estavam na sala eram mais do que suficientes.
- Causa-me espanto - disse Miss Bingley - meu pai ter nos deixado uma coleção de livros tão pequena. Que magnífica biblioteca o senhor tem em Pemberley, Mr. Darcy.
- Não é de estranhar - replicou ele -, é o trabalho de muitas gerações.
- E depois o senhor aumentou muito a biblioteca; está sempre comprando livros!
- Não compreendo o pouco caso com que se tratam as bibliotecas de família, hoje em dia. Estou certa de que o senhor não se esquece de nada do que possa aumentar as belezas daquele nobre lugar. Charles, quando você construir a sua casa, desejaria que fosse tão aprazível quanto Pemberley.
- Eu também desejo.
- Eu o aconselho a comprar uma propriedade naquelas redondezas e tomar Pemberley como uma espécie de modelo. Não há condado mais aprazível na Inglaterra do que o Derbyshire.
- De todo o coração. Comprarei o próprio Pemberley se Darcy quiser vendê-lo.
- Estou falando de possibilidades, Charles.
- Palavra de honra, Caroline, acho que é mais possível comprar Pemberley do que imitá-lo.
Elizabeth estava tão interessada no que estavam dizendo que não podia prestar muita atenção ao livro; e daí a pouco, largando-o, aproximou-se da mesa de jogo, colocando-se entre Mr. Bingley e sua irmã mais velha, a fim de observar o jogo.
- Miss Darcy cresceu muito desde a primavera? - perguntou Miss Bingley.