Orgulho e Preconceito - Cap. 8: Capítulo VIII Pág. 40 / 414

- Ela vai ficar da minha altura?

- Penso que sim. Está agora da altura de Miss Elizabeth Bennet ou talvez um pouco mais alta.

- Queria muito tornar a vê-la. Nunca encontrei uma pessoa tão encantadora. Que modos, que delicadeza... E como é prendada para a idade! Toca piano divinamente.

- Espanta-me a capacidade que têm as moças de se tornarem tão prendadas - disse Bingley.

- Todas as moças são prendadas! Meu caro Charles, que quer dizer com isto?

- Sim, todas desenham mesas, forram biombos e fazem bolsas de tricô. Não conheço uma só moça que não saiba fazer todas estas coisas. E nunca ouvi mencionar o nome de uma moça pela primeira vez sem que me informassem que era muito prendada.

- A sua lista dos talentos comuns - disse Darcy - é verdadeira demais. A palavra "prendada" é aplicada a muitas moças somente porque sabem tricotar uma bolsa ou forrar um biombo. Mas estou longe de concordar com você no seu julgamento sobre as moças em geral. Apesar do grande número das minhas relações, não posso gabar-me de conhecer mais de meia dúzia de moças realmente prendadas.

- Nem eu - disse Miss Bingley.

- Nesse caso - observou Elizabeth - deve exigir muitas qualidades para o seu ideal de mulher perfeita.

- De fato, exijo muitas qualidades.

- Oh, certamente - exclamou a sua fiel aliada. - Nenhuma mulher pode ser realmente considerada completa se não se elevar muito acima da média. Uma mulher deve conhecer bem a música, deve saber cantar, desenhar, dançar e falar as línguas modernas, a fim de merecer esse qualificativo, e além disso, para não o merecer senão pela metade, é preciso que possua um certo quê na maneira de andar, no tom da voz e no modo de exprimir-se.

- Sim, deve possuir tudo isso - acrescentou Darcy.





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