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Capítulo 4: Capítulo II

Página 159
Dei-me conta, assim, que caíra no mar. A caixa, devido ao peso do corpo, dos objectos nela existentes e das largas placas de ferro postas como reforço nas quatro esquinas do tecto e do chão, flutuava submersa mais de cinco pés na água. Julguei então, e penso agora, que a águia que me apresara fora perseguida por outras duas ou três e obrigada a soltar-me enquanto se defendia das outras, que queriam compartilhar o despojo. As placas de ferro fixas ao fundo da caixa eram as mais fortes impediram que se voltasse durante a queda e que a caixa se destroçasse no impacto com o mar. As juntas da madeira estavam bem unidas e a porta não se abrira, oscilando apenas para cima e para baixo, pelo que o aposento era quase estanque, entrando pouca água. Com grande dificuldade pude sair da rede, e arrisquei-me a abrir o postigo do tecto a que já me referi, para renovar o ar, pois sentia-me quase asfixiado.

Quantas vezes desejei ver-me ao lado da minha querida Glumdalclitch de quem tanto me afastara em apenas meia hora! E, na verdade, devo confessar que, no meio de todas as minhas desditas, não deixava de sentir pena pela minha pequena ama e pelos prejuízos que a minha perda lhe pudesse acarretar: o desgosto da rainha e a ruína do seu futuro. Talvez muitos viajantes nunca se tivessem encontrado em semelhantes apuros como os que sofria neste transe, esperando a cada momento ver a minha caixa embater e desfazer-se em pedaços ou, então, voltar-se com uma forte rajada de vento ou com uma onda gigante. Um vidro partido significaria uma morte certa. A única protecção exterior das janelas consistia numa forte rede de arame para evitar acidentes durante o transporte. Vi que a água passava por várias fendas.

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Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 159

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249