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Capítulo 8: VI

Página 147
Logo a seguir, atirámo-nos para o bico do castelo da proa. O suor resultante do trabalho e de um nervosismo extremo, escorria-nos amplamente pelo rosto enquanto nos afadigávamos para pormos os ferros prontos a largar. Eu não me atrevia a olhar Ransome enquanto lidávamos ao lado um do outro, trocávamos palavras lacónicas, e eu o ouvia arquejar perto de mim, evitando virar os olhos para o seu lado com medo de o ver tombar e falecer ao empregar num gesto mais as últimas forças... - para quê? Tratava-se, na verdade, de um ideal bastante preciso.

O marinheiro consumado que havia dentro dele despertara. Não lhe eram necessárias quaisquer instruções. Sabia o que havia a fazer. Cada esforço seu, cada um dos seus movimentos, era uma acção heróica inquebrantável. Não me ficava bem ver o que estava a fazer um homem inspirado por uma alma assim.

Finalmente, tudo se encontrou a postos, e eu ouvi-o a dizer:

«Não será melhor que eu vá lá abaixo agora para abrir os freios das amarras, senhor comandante?»

«Vá, sim», disse-lhe eu. Mas mesmo nessa altura não olhei na direcção dele. Passado um momento, ouvia a sua voz no convés.

«Quando quiser, comandante. No bolinete, por aqui, está tudo safo.»

Dei sinal a Burns para pôr o leme de centro e larguei os dois ferros, um a seguir ao outro, permitindo que o barco despejasse toda a amarra que quisesse. Soltou a maior parte das duas até estacar. As velas soltas, com o vento em Cima, Interromperam a sua bordoada de enlouquecer por cima da minha cabeça. Reinava um completo silêncio em todo o navio. E enquanto me encontrava à proa, sentindo-me um tanto aturdido por toda aquela súbita paz, dei por um ou dois gemidos enfraquecidos e pelo murmurar desconexo dos homens doentes que estavam por baixo do castelo.

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Capa do livro A Linha de Sombra
Páginas: 155
Página atual: 147

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Nota do autor 1
I 6
II 42
II 43
III 64
IV 90
V 106
VI 129