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Hamilton, perfeitamente barbeado, endereçou ao capitão Giles um breve cumprimento com a cabeça, mas não condescendeu em dedicar-me sequer um levantar de sobrancelhas; e, quando abriu a boca, foi somente para dizer ao despenseiro que a comida que lhe tinham posto no prato não estava em condições de ser servida a um cavalheiro. O outro, ao ouvir aquelas palavras, parecia encontrar-se num estado demasiado infeliz para poder ao menos soltar um suspiro. Limitou-se a erguer os olhos na direcção do punkah, e nada mais.
O capitão e eu levantámo-nos da mesa, e o desconhecido, que sentado observava Hamilton, imitou-nos o exemplo, procedendo com certa dificuldade à manobra de se pôr em pé. O pobre homem, segundo acredito sinceramente, não por estar com muita fome, mas apenas numa tentativa de reconquistar algum respeito por si próprio, diligenciara no sentido de engolir parte daquela ignóbil comida. Mas, depois, tendo pousado por duas vezes o garfo e vendo as suas tentativas malograrem-se, ficou muito quieto, com um ar extremamente mortificado, acompanhado por um olhar vítreo de meter medo. Tanto eu como o capitão Giles evitávamos olhar para esse lado da mesa.
Na varanda, parou de repente, com a intenção cheia de solicitude de nos dirigir uma prolongada observação que fui completamente incapaz de compreender. Aquilo soava aos meus ouvidos como uma língua horrivelmente estranha. Mas quando, depois de um momento de reflexão, o capitão Giles lhe respondeu com cordial simplicidade: «Ah, sim! Sem dúvida. O senhor está aqui muito bem», ele pareceu ficar realmente satisfeito, e afastou-se, agora já sem vacilar, procurando uma cadeira de repouso, onde se instalou distante de nós.
«O que é que ele queria dizer?», perguntei num tom de certo modo agressivo.
