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Capítulo 1: I

Página 16
A seguir diz: "Era você que estava a falar há pouco no convés de bombordo?" "Era, sim senhor." "Com o terceiro-maquinista?" "Precisamente, sir." Ele afasta-se para estibordo, senta-se debaixo do toldo num pequeno banco de lona que anda sempre com ele, e durante cerca de meia hora não produz nenhum som, excepto uma vez que o ouvi espirrar. Depois de passado algum tempo ouço-o levantar-se do banco e encaminhar-se para bombordo, onde eu me encontrava. "Não consigo imaginar o que é que vocês poderiam ter para dizer", observou ele. "Durante duas horas a fio. Não estou a censurá-lo. Vejo pessoas em terra que passam nisso todo o dia, e depois à noite sentam-se diante de umas bebidas e continuam a conversar. Devem repetir a mesma coisa vezes sem conta. Não consigo entender."

«Já ouviste alguma vez uma coisa deste género? E mostrava-se tão resignado que até senti pena dele. Mas às vezes ele é também irritante. Claro que uma pessoa não faria nada para o mortificar, mesmo que isso valesse a pena. Mas não vale. Ele é tão completamente inocente que se tu pusesses o polegar no nariz e lhe acenasses com os outros dedos, ele limitar-se-ia a perguntar gravemente para consigo o que seria que te tinha dado. Ele disse-me uma vez com toda a franqueza que tinha muita dificuldade em compreender o que é que levava as pessoas a procederem com frequência de uma forma tão estranha. É demasiado estúpido para uma pessoa se preocupar, e essa é a verdade.»

Assim escrevia Jukes ao seu amigo imediato a bordo de um transatlântico, com toda a plenitude do seu coração e com toda a vivacidade da sua fantasia.

Ele exprimia a sua honesta opinião. Não valia a pena tentar impressionar um homem daqueles. Se o mundo estivesse cheio de tais homens, a vida teria provavelmente parecido a Jukes uma coisa enfadonha e sem proveito.

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Capa do livro Tufão
Páginas: 103
Página atual: 16

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 37
IV 49
V 72
VI 91