A princípio pensou que tinha deixado o corredor no próprio momento em que o navio se afundava. As escadas de acesso à ponte já haviam sido arrancadas mas uma enorme vaga enchendo o poço da vante levou-o no dorso ao seu destino. Depois disso ele teve de ficar durante alo-um tempo deitado de borco, agarrado a uma cavilha do arganéu, tomando ar de vez em quando e engolindo água salgada. Continuou a avançar de gatas, demasiado assustado e perturbado para retroceder. Desta maneira alcançou a parte de trás da casa do leme. Nesse lugar comparativamente abrigado encontrou o segundo-piloto. O mestre ficou agradavelmente surpreendido - pois a sua impressão era de que toda a gente na ponte já devia ter ido pela borda fora há muito tempo. Perguntou ansiosamente onde estava o capitão.
O segundo-piloto estava agachado, como um animal maligno atrás de uma sebe.
- O capitão? Foi pela borda fora depois de nos ter metido nesta encrenca. - O imediato também, tanto quanto ele sabia ou se Importava. Outro idiota. Não tinha importância. Toda a gente iria pela borda fora, era só uma questão de tempo.
O mestre rastejou de novo contra o vento; não porque tivesse muita esperança de encontrar alguém, contaria mais tarde, mas só para se afastar «daquele homem». Rastejou como fazem os panas para enfrentar um mundo inclemente. Daí a sua grande alegria por encontrar Jukes e o capitão.
Mas o que se passava na entrecoberta era agora uma coisa insignificante para ele. Além disso, era difícil fazer-se ouvir. Contudo, conseguiu transmitir a informação de que os chineses andavam todos à deriva juntamente com as suas caixas e de que ele tinha subido ali de propósito para comunicar esse facto. Quanto aos marinheiros, estavam bem. Depois, apaziguado, deixou-se cair no tombadilho numa postura sentada, apertando com braços e pernas o suporte do telégrafo da casa das máquinas - um pedaço de ferro fundido tão grosso como uma coluna.