Parecia-lhe que nada poderia impedi-lo de voar por cima da popa. Lançou-se ao chão precipitadamente, e o mestre, que vinha atrás, caiu sobre ele.
- Não se levante ainda, sir - gritou o mestre. - Não há pressa.
Uma vaga cobriu-os. Jukes compreendeu que o mestre estava a balbuciar que as escadas da ponte tinham sido levadas pelo mar. «Eu vou arriá-lo, segurando-o pelas mãos», gritou ele. Gritou também qualquer coisa a respeito de haver grandes probabilidades de a chaminé ir pela borda fora. Jukes pensava ser isso muito possível, e imaginou as caldeiras apagadas, o navio impotente... O mestre a seu lado continuava a uivar. «O quê? O que é'!», gritava Jukes aflitivamente; e o outro repetia: «O que é que a minha velha diria se pudesse ver-me agora?»
N o corredor, onde entrara uma grande quantidade de água que chapinava no escuro, os homens estavam calados como mortos, até Jukes tropeçar contra um e desatar a praguejar violentamente contra ele por se não ter afastado.
- Resta-nos alguma esperança, sir? - perguntaram duas ou três vozes, ansiosas e enfraquecidas.
- Que se passa com vocês, seus idiotas - gritou brutalmente. Sentia guinas de se deixar cair no meio deles e não voltar a mexer-se. Mas eles pareciam animados; e no meio de advertências atenciosas, «Atenção! Tenha cuidado com a porta», arriaram-no para dentro da carvoeira. O mestre veio de escantilhão atrás dele e logo que se pôs de pé respondeu à pergunta que pouco antes fizera a si próprio. «Ela diria: bem feito, seu velho idiota, por andares embarcado».
O mestre possuía meios e fazia questão de aludir frequentemente a esse facto. Sua mulher - uma gorda - e duas filhas adultas tomavam conta de uma mercearia em Londres, no East End.
No escuro, Jukes, pouco firme nas pernas, ouvia confusamente um ruído de passos rápidos.