Alice no País das Maravilhas - Cap. 6: 6 - O Porco e a Pimenta Pág. 44 / 91

Desta vez não poderia haver nenhum engano: era nem mais nem menos do que um porco, e Alice percebeu que seria absurdo demais continuar carregando-o.

Então ela soltou a criaturinha no chão e sentiu-se bastante aliviada ao vê-lo correr tranquilamente para o bosque. “Se ele crescesse mais”, disse consigo, “se tornaria uma criança horrivelmente feia: mas até que é um bonito porco, eu acho.” E pôs-se a pensar em outras crianças que ela conhecia, que poderiam muito bem ser porquinhos, e estava justamente dizendo a si mesma “se alguém soubesse um jeito certo de transformálas...” quando tomou um susto ao ver o Gato de Cheshire sentado num galho de árvore, poucos metros adiante.

O Gato apenas sorriu ao ver Alice. Parecia afável, pensou ela: mas como tinha garras muito longas e tantos dentes, sentiu que deveria tratá-lo com respeito.

“Gatinho de Cheshire”, começou, muito timidamente, por não saber se ele gostaria desse tratamento: ele, porém, apenas alargou um pouco mais o sorriso. “Ótimo, até aqui está contente”, pensou Alice. E prosseguiu: “Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?”

“Depende muito de onde você quer chegar”, disse o Gato.

“Não me importa muito onde...” foi dizendo Alice.

“Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse o Gato.

“...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice, explicando.

“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá”, falou o Gato, “desde que você caminhe o bastante.”

Alice percebeu que era impossível negar isso; então arriscou outra pergunta: “Que tipo de gente vive por aqui?”





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