Alice no País das Maravilhas - Cap. 6: 6 - O Porco e a Pimenta Pág. 43 / 91

Assim que descobriu um jeito adequado para sossegá-lo (que consistia em atá-lo, numa espécie de nó, segurando bem presos sua orelha direita e seu pé esquerdo para impedir que ele se soltasse), Alice carregou-o para fora dali. “Se eu não levar comigo esta criança”, pensou, “com certeza vão matá-la logo logo. Não seria um crime deixá-la para trás?” Falou essas últimas palavras em voz alta, e a criaturinha grunhiu em resposta (a esta altura tinha parado de espirrar). “Não grunha”, falou Alice, “não é uma maneira educada de se expressar.”

Alice embala o bebé
Alice embala o bebé que mais parecia um porco.

O bebê grunhiu outra vez, e Alice olhou para ele muito preocupada, querendo saber qual o problema. Não havia dúvida de que ele tinha um nariz muito para cima, parecendo mais um focinho do que um verdadeiro nariz; também seus olhos eram pequenos demais para um bebê: em suma, Alice não gostou nem um pouco da aparência dele. “Mas talvez seja de tanto soluçar”, pensou ela. E olhou de novo para os olhos dele, para ver se havia lágrimas.

Não, não havia nenhuma lágrima. “Se você se transformar num porco, meu querido”, disse Alice seriamente, “não terei mais nada com você. Pense bem!” O pobrezinho soluçou de novo (ou grunhiu, era impossível distinguir), e eles continuaram por algum tempo em silêncio.

Alice estava começando a pensar “e agora, o que é que eu vou fazer com esta criatura quando chegar em casa?” quando ele grunhiu de novo, desta feita com tanta força que ela olhou assustada para o seu rosto.





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