— E sobre um homem ignorante em medicina?
— Sim.
— Mas vê, a respeito da ciência e da ignorância em geral, se um sábio, qualquer que seja, te parece querer prevalecer, nos seus actos ou nas suas palavras, sobre outro sábio e não agir como o seu semelhante no mesmo caso.
— Talvez seja necessário — confessou — que seja assim.
— Mas não quererá o ignorante prevalecer sobre o sábio e o ignorante? — Talvez.
— Ora, o sábio é sábio?
— É.
— E o sábio é bom?
— É.
— Portanto, o homem sábio e bom não quererá prevalecer sobre o seu semelhante, mas sobre aquele que não se lhe assemelha, sobre o seu contrário.
— Aparentemente — disse ele. assemelha?
— Como poderia ser de outro modo? Sendo o que é, assemelha-se aos seus semelhantes e o outro não se lhes assemelha.
— Muito bem. Portanto, cada um é tal como aquele s a que se assemelha?
— Quem pode duvidar? — perguntou.
— Ao passo que o homem mau e ignorante quererá prevalecer sobre o seu semelhante e o seu contrário.
— É possível.