O Livro da Selva - Cap. 6: TUMAI DOS ELEFANTES Pág. 122 / 158

- Não é homem, mas rapaz. Penetrou na quedá na última entrada e atirou uma corda a Barmao, acolá quando tentávamos afastar dá mãe aquele jovem novilho com a malha na espádua.

Machua Apa apontou para Tumai Pequeno. Petersen Sàibe olhou e Tumai Pequeno curvou-se até ao chão.

- Atirar ele uma corda? É mais pequeno do que um chuço de estaca. Como te chamas, miúdo? - disse Petersen Sàibe.

Tumai Pequeno ficou tão assustado que não podia falar, mas, tendo Cala Nague atrás Tumai fez-lhe um sinal com a mão e o elefante ergueu-o na tromba e conservou-o à altura da testa de Pudmini, em frente do grande Petersen Sàibe. Tumai Pequeno cobriu a cara com as mãos, porque não passava de criança, e, excepto no que respeitava a elefantes, era tão envergonhado quanto uma criança podia ser.

- Oh! - disse Petersen Sàibe, sorrindo por baixo do bigode -, e porque é que ensinaste essa habilidade ao elefante? Foi para te ajudar a furtar o trigo verde dos telhados das casas, quando as espigas estão lá a secar?

- Trigo verde, não, Protector dos Pobres. Melões - disse Tumai Pequeno, e todos os homens sentados por ali romperam em gargalhadas. A maioria ensinara a habilidade aos seus elefantes quando eram jovens. Tumai Pequeno estava suspenso no ar a oito pés do chão, quando ardia por estar a oito pés de profundidade. - É o meu filho Tumai, Sàibe - disse Tumai Grande de má cara. - É rapaz muito mau e há-de acabar na cadeia, Sàibe.

- Disso tenho as minhas dúvidas - disse Petersen Sàibe.

- O rapaz que é capaz de enfrentar uma quedá inteira na sua idade não acaba na cadeia. Olha, pequeno, aqui tens quatro anás para comprares doces, por teres uma cabecinha debaixo desse colmado de cabelo. Com o tempo, poderás vir a ser também caçador.





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