- Disseram o meu nome a Petersen Sàibe, e talvez... e talvez, quem sabe? Ai! Que grande espinho te tirei agora!
Os poucos dias que se seguiram passaram-se em juntar os elefantes, em mover os recém-caçados de um lado para o outro, entre um par de domesticados, para evitar que dessem demasiado trabalho na marcha descendente para a planície, e em fazer o inventário das mantas, cordas e mais tralha que tinham gasto e perdido na floresta.
Petersen Sàibe chegou na sua esperta elefanta Pudmini. Andara a fazer os últimos pagamentos a outros acampamentos da serra, porque a época estava a terminar, e um escriturário indígena, sentado a uma mesa debaixo de uma árvore, pagava os salários aos condutores. À medida que um recebia voltava para o seu elefante e juntava-se à fila, que estava pronta para partir. Os apanhadores, caçadores e batedores, a gente habitual da queda, que permaneciam na selva ano após ano, montavam os elefantes que pertenciam ao efectivo permanente de Petersen Sàibe ou encostavam-se às árvores, com as espingardas apoiadas nos braços, faziam troça dos condutores que estavam para abalar, e riam-se quando os elefantes recém-caçados saíam da fileira e corriam de um lado para o outro.
Tumai Grande aproximou-se do escrivão com Tumai Pequeno atrás, e Machua Apa, o pisteiro-mor, disse disfarçadamente para um amigo:
- Ali vai pelo menos um que percebe de elefantes. É pena enviar aquele galispo da selva a mudar de penas para a planície.
Ora Petersen Sàibe tinha ouvidos por todo o corpo, como precisa de ter quem escuta o mais calado de todos os seres vivos - o elefante selvagem. Sobre o dorso de Pudmini, onde estivera deitado durante todo este tempo, voltou-se e disse:
- Que vem a ser isso? Não sei de homem, entre os condutores da planície, que tenha bestunto suficiente para amarrar mesmo que seja um elefante morto.