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Capítulo 6: TUMAI DOS ELEFANTES

Página 133

Tumai Pequeno olhou e tornou a olhar, de olhos esbugalhados.

A clareira, tal como ele se lembrava dela, alargara-se de noite. Havia mais árvores no meio, mas a erva das beiras, com o mato rasteiro, fora obrigada a recuar. Tumai Pequeno voltou a olhar. E agora compreendeu: os elefantes tinham calcado mais terreno tinham pisado a erva espessa e a cana suculenta, transformando-as em farrapos, a estes em lascas, a estas em leves fibras e as fibras em terra dura.

- Uá! - disse Tumai Pequeno com os olhos muito pesados. - Cala Nague, meu senhor, acompanhemos Pudmini ao acampamento de Petersen Sàibe, senão não me aguento no teu pescoço.

O terceiro elefante viu partir os dois, roncou, deu meia volta e seguiu o seu caminho. Pode ter pertencido à feitoria de qualquer pequeno rei indígena, a cinquenta, sessenta ou cem milhas dali.

Duas horas depois, quando Petersen Sàibe tomava o pequeno-almoço matinal, os elefantes, que nessa noite haviam sido amarrados com cadeias duplas, começaram a urrar, e Pudmini, atolada até às espáduas, mais Cala Nague, de patas doridas, entraram derreados no acampamento.

Tumai Pequeno trazia o rosto descorado e contraído, o cabelo cheio de folhas e ensopado em orvalho; tentou, contudo, saudar Petersen Sàibe, e exclamou debilmente:

- A dança, a dança dos elefantes! Vi-a, e... ai que eu morro! - E, agachando-se Cala Nague, escorregou-lhe do pescoço num desmaio súbito.

Mas visto que as crianças indígenas não têm nervos de que valha a pena falar, dentro de duas horas estava deitado, muito satisfeito, na cama de campanha de Petersen Sàibe, com o casaco de caçado mesmo a servir-lhe de travesseiro e com um copo de leite quente e um gole de brande com um traço de quinino no estômago; e enquanto os velhos caçadores da selva, peludos e cobertos de cicatrizes, se sentavam diante dele, olhando-o como se fosse um espectro, ele contou a sua história em breves palavras, como faz uma criança, e acabou por dizer:

- Ora, se eu minto numa palavra que seja, enviem alguém a observar e verão que a nação dos elefantes alargou a sua sala de baile a calcar, e descobrirão dez e mais dez e muitas vezes dez pistas que conduzem àquela sala de dança.

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Capa do livro O Livro da Selva
Páginas: 158
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Os capítulos deste livro:
OS IRMÃOS DE MÁUGLI 1
A CAÇADA DE CÁ 24
TIGRE! TIGRE! 53
A FOCA BRANCA 74
RÍQUI -TÍQUI -TÁVI 97
TUMAI DOS ELEFANTES 115
SERVIDORES DE SUA MAJESTADE 138