Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: TUMAI DOS ELEFANTES

Página 134
Aumentaram o espaço com as patas. Vi-o eu. Cala Nague levou-me e eu vi. Cala Nague está também muito cansado das pernas!

Tumai Pequeno deitou-se para trás e dormiu toda aquela tarde até ao crepúsculo, e enquanto ele dormia Petersen Sàibe e Machua Appa seguiram o rasto dos dois elefantes durante quinze milhas através dos montes. Petersen Sàibe passara dezoito anos a apanhar elefantes e só uma vez encontrara um destes lugares de dança. Machua Appa não precisou de olhar duas vezes para a clareira para ver o que ali se passara nem de escavar a terra batida com o dedo grande do pé.

- O rapaz diz a verdade - disse ele. - Tudo isto foi feito a noite passada, e já contei setenta pistas que atravessam o rio.

Veja, Sàibe, o sítio onde o grilhão de Pudmini arrancou a casca àquela árvore! Sim; também ela esteve lá.

Olharam um para o outro, para baixo e para cima, e ficaram a cismar; pois os costumes dos elefantes estão acima do entendimento de qualquer homem, branco ou preto, para os sondar.

- Há quarenta e cinco anos que sigo o Sr. Elefante - disse Machua Appa -, mas nunca ouvi dizer que qualquer filho de homem tivesse visto o que este menino viu. Por todos os deuses da serra, isto... isto... Que podemos nós dizer? - e abanou a cabeça.

Quando regressaram ao acampamento eram horas de jantar. Petersen Sàibe comeu só na sua tenda, mas ordenou que dessem ao pessoal dois carneiros e algumas galinhas, bem como a ração dobrada de farinha, arroz e sal, porque sabia que ia haver uma festa.

Tumai Grande viera a toda a pressa do acampamento da planície à procura do filho e do elefante, e, agora que os encontrara, olhava-os como se tivesse medo dos dois. E houve festa à luz das fogueiras crepitantes do acampamento, em frente das fileiras dos elefantes amarrados, e Tumai Pequeno foi o herói da função; e os grandes caçadores de elefantes acobreados, os pisteiros, condutores, amarradores, e os que conheciam todos os segredos para amansar os elefantes mais rebeldes, passaram-no de uns para os outros e marcaram-lhe a testa com sangue do peito de um galo silvestre acabado de matar, para indicar que ele era monteiro iniciado e livre em todas as selvas.

<< Página Anterior

pág. 134 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Livro da Selva
Páginas: 158
Página atual: 134

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
OS IRMÃOS DE MÁUGLI 1
A CAÇADA DE CÁ 24
TIGRE! TIGRE! 53
A FOCA BRANCA 74
RÍQUI -TÍQUI -TÁVI 97
TUMAI DOS ELEFANTES 115
SERVIDORES DE SUA MAJESTADE 138