A Alcateia dos Homens está irada. Atiram pedras e falam como crianças. Tenho a boca a sangrar. Fujamos daqui.
Pela noite fora, pela noite quente, fugi comigo apressados, meus irmãos. Deixemos as luzes da aldeia e corramos para a Lua baixa.
Ó águas do Ueinganga, a Alcateia dos Homens expulsou-me. Nenhum mal lhes fiz, mas tinham medo de mim. Porquê? Alcateia de Lobos, também vós me expulsastes. A Selva está cerrada para mim e as portas da aldeia também. Porquê?
Assim como Mangue voa entre os brutos e as aves, assim voo eu entre a aldeia e a Selva. Porquê?
Eu danço ena cima da pele de Xer Cane, mas tenho o coração pesado. Tenho a boca golpeada e ferida pelas pedras da aldeia, mas trago o coração leve, porque voltei à Selva. Porquê?
Estas duas coisas lutam dentro de mim como as serpentes lutam na Primavera.
A água sai-me dos olhos, mas eu rio-me enquanto ela cai.
Porquê?
Eu sou dois Máuglis, mas debaixo dos pés tenho a pele de Xer Cane.
Toda a Selva sabe que matei Xer Cane. Olhai, olhai bem, ó Lobos!
Abae! Trago o coração pesado com as coisas que não entendo.