«É outra Novastosná, mas dez vezes melhor», pensou Cótique. «A Vaca Marinha deve ser mais esperta do que eu supunha. Os homens, se os houvesse, não poderiam descer a penedia, e os baixios do lado do mar desfariam um barco em estilhas. Se no mar há lugar seguro, é este.»
Começou a pensar na foca que deixara, mas, conquanto tivesse pressa de voltar a Novastosná, explorou totalmente o novo país, de modo a poder responder a todas as perguntas. Depois mergulhou, fixou bem a boca do túnel e atravessou-o em direcção ao Sul. Ninguém, a não ser uma Vaca Marinha ou uma foca, teria sonhado que existia tal lugar, e, quando se voltou a olhar para a penedia, o próprio Cótique mal acreditava que lhe tivesse passado por baixo.
Levou seis dias a chegar à sua terra, embora não se movesse devagar; e quando pôs pé em terra, logo acima do Cachaça do Leão, a primeira pessoa que encontrou foi a foca que o esperara, a qual viu, pelo brilho que ele trazia nos olhos, que descobrira enfim a sua ilha.
Mas os holuchiqui e Rompão Marinho, seu pai, e todas as outras focas desataram a rir-se dele quando lhes contou o que tinha descoberto, e um macho jovem, mais ou menos da sua idade, declarou:
- Tudo isso é muito lindo, Cótique, mas tu não podes vir, sabe Deus de onde, a mandar-nos assim sair daqui. Lembra-te de que temos andado a bater-nos pelos nossos viveiros, coisa que tu nunca fizeste. Preferiste andar a vaguear pelo mar.