A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 5: A AVENTURA DOS PLANOS BRUCE-PARTINGTON Pág. 107 / 210

Suponhamos, por exemplo, que ele foi abordado por um agente estrangeiro. As condições podem ter sido de molde a impedi-lo de falar no assunto, mas tê-lo-iam perturbado no sentido que as observações feitas à noiva revelam. Muito bem. Suponhamos agora que, quando ia para o teatro com a jovem, viu subitamente, de relance, no nevoeiro, o tal agente, a caminho da repartição. West era um homem Impetuoso, de decisões rápidas. Tudo nele cedia perante o dever. Foi atrás do homem, alcançou a janela, viu o roubo dos documentos e perseguiu o ladrão. Estaria assim explicada a razão pela qual não foram feitas cópias dos papéis. O agente estrangeiro só podia levar os originais. Até aqui tudo é plausível.

- E depois?

- Começam as dificuldades. Dadas as circunstâncias, o primeiro gesto do jovem Cadogan West deveria ser, logicamente, agarrar o ladrão e dar o alarme. Por que não fez isso? Seria o ladrão um dos seus superiores? Nesse caso, a conduta de West estaria explicada. Ou terá West avistado o homem a escapar-se no nevoeiro e partido de imediato para Londres, a fim de chegar primeiro a casa dele... presumindo que sabia onde era? O momento não admitia hesitações, caso contrário West não teria deixado a noiva especada no meio da rua; não fez mesmo qualquer esforço para comunicar com ela. Aqui a nossa pista quase desaparece e há um profundo abismo entre as hipóteses e a deposição do corpo de West, com sete papéis no bolso, sobre o tejadilho de uma carruagem de metropolitano. Diz-me o instinto que devo começar pela outra ponta. Se Mycroft nos desse a lista de moradas, talvez localizássemos o nosso homem e pudéssemos seguir duas pistas em vez de uma.

Esperava-nos, de facto, uma mensagem em Baker Street.





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