Era um rapazola destravado, bem sei, mas não pior que outros da minha classe... e ela pura como a neve. Não suportava a mínima grosseria. Quando soube das coisas que eu fizera, não quis mais olhar para mim. E, no entanto, amava-me... isto é que é espantoso.... , amava-me o suficiente para não ter querido outro homem. Passaram os anos, ganhei dinheiro em Barberton e pensei que, se a procurasse, talvez a fizesse quebrar. Sabia que não voltara a casar. Descobri-a em Lausana e fiz tudo para a reconquistar. Ela pareceu ceder, mas, como era obstinada, quando tornei a procurá-la já tinha saído da cidade. Apurei que fora para Baden e vim a saber que a criada se encontrava aqui. Sou rude, venho de uma vida dura e quando o Dr. Watson me disse aquilo descontrolei-me. Mas, por amor de Deus, diga-me o que aconteceu a Lady Frances!
- É o que nos cabe descobrir - respondeu Sherlock Holmes com singular gravidade. - Qual é a sua morada em Londres Mr. Green?
- No Langham Hotel sabem onde estou.
- Então sugiro-lhe que vá para lá e se mantenha disponível para o caso de eu precisar de si. Não quero dar-lhe falsas esperanças, mas posso garantir-lhe que faremos, tudo em prol da segurança de Lady Frances. De momento não lhe posso dizer mais nada. Deixo-lhe um cartão para o caso de querer entrar em contacto connosco. Agora, Watson, se quiser fizer a mala, eu telegrafo a Mrs. Hudson e peço-lhe que faça o melhor ao seu alcance para saciar dois viajantes famintos às sete e meia de manhã.
Esperava-nos um telegrama quando chegámos aos nossos aposentos de Baker Street. Holmes leu-o com uma exclamação de interesse e passou-mo.
«Mordida ou cortada» era a mensagem, proveniente de Baden.
- Que é isto?-perguntei.