A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 8: A AVENTURA DO PÉ DO DIABO Pág. 171 / 210

Não ouvira nada durante a noite Os patrões andavam muito bem dispostos ultimamente, e nunca os conhecera mais contentes e prósperos. Desmaiara, apavorada, ao entrar na sala, de manhã, e ao ver a terrível cena. Tendo recobrado os sentidos, abrira a janela para que o ar entrasse e correra a mandar um rapaz trazer o médico. A senhora estava na cama, no andar de cima, se quiséssemos vê-la. Haviam sido precisos quatro homens robustos para meter os irmãos na carruagem do hospício. Mrs. Porter não ficaria na casa nem mais um dia e tencionara partir naquela mesma tarde para junto de família, em St. Ives.

Subimos a escada e examinámos o corpo. Miss Brenda Tregenms fora uma mulher muito bonita, embora já perto da meia-idade. Tinha um rosto moreno de feições esbeltas e esculpidas, mesmo depois de morta, mas pairava ainda sobre ele algo da convulsão de horror que fora a sua última emoção humana. Descemos à sala onde ocorrera a tragédia. As cinzas do lume jaziam no fogão. Sobre a mesa viam-se as quatro velas consumidas e as cartas espalhadas. As cadeiras tinham sido encostadas à parede; tudo o mais se encontrava como na noite anterior. Holmes deslocou-se pela sala em passo rápido e leve; sentou-se nas várias cadeiras, que mudou de posição para reconstituir a cena da véspera. Examinou o que era visível do jardim, o chão, o tecto e a lareira; mas nem uma só vez detectei aquele súbito brilho nos olhos o cerrar dos lábios, sinais de que vira luz nas trevas.

- Porquê o lume? - perguntou. - Costumavam acender o fogão numa sala tão pequena na Primavera?

Mortimer Tregennis explicou que a noite estivera fria e húmida. Por isso, após a sua chegada, a lareira fora acesa.

- Que vai fazer agora, Mr.





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