O cofre estava aberto e Holmes começou a retirar do seu interior pasta após pasta, examinando rapidamente cada uma e arrumando-a depois, com todo o cuidado, na mala de Von Bork. O alemão jazia no sofá, dormindo estertorosamente, com os braços, e as pernas amarradas.
- Não há pressa, Watson. Ninguém nos incomodará. Importa-se de tocar a campainha? Não há ninguém em casa, salvo a velha Martha, que desempenhou admiravelmente o seu papel. Pu-la ao corrente da situação quando tomei conta do caso. Ah, Martha, vai ficar contente ao saber que tudo correu bem.
A simpática senhora aparecera à porta. Cumprimentou com um sorriso Mr. Holmes, mas olhou algo apreensiva a figura no sofá.
- Não há problema, Martha. Ele não está ferido.
- Ainda bem, Mr. Holmes. À sua maneira, foi um patrão amável. Queria que eu fosse ontem para a Alemanha com a mu lher, mas isso não conviria aos seus planos, pois não, sir?
- Pois não, Martha. A sua presença aqui tranquilizou-me muito. Esperámos algum tempo pelo seu sinal...
- Foi por causa do secretário, sir.
- Bem sei. O carro dele passou por nós.
- Julguei que nunca mais ia embora! Sabia que não lhe convinha encontrá-lo aqui, sir.
- Pois não. Bem, ao fim e ao cabo só tivemos de esperar uma meia hora para vermos o seu candeeiro ser apagado e sabermos que o caminho estava livre. Pode procurar-me amanhã em Londres, Martha, no Claridge's Hotel.
- Muito bem, sir.
- Suponho que tem tudo pronto para partir.
- Tenho, sir. Ele enviou hoje sete cartas. Tomei nota das, moradas como de costume.
- Óptimo, Martha. Amanhã vê-las-ei. Boa noite. Estes papéis - continuou quando a velha senhora desapareceu - não possuem grande importância porque, evidentemente, a informação que, contêm já foi há muito tempo enviada ao, Governo alemão.