- Então não servem para nada.
- Não diria tanto, Watson. Mostrarão pelo menos às nossas autoridades o que os alemães sabem e o que não sabem., Claro que muitos destes papéis fui eu que os forneci e são completamente falsos. Ainda gostava de ver, para alegrar a minha velhice, um cruzador alemão navegando pelo estreito de Solent segundo os planos dos campos de minas que forneci a Von Bork...
Mas você, Watson - interrompeu o trabalho e passou o braço pelos ombros do seu velho amigo -, ainda mal o vi à luz. Como passaram os anos por si? Parece o mesmo homem jovial de sempre, um eterno jovem.
- Sinto-me vinte anos mais novo, Holmes. Raramente me senti mais feliz do que no momento em que recebi o seu telegrama, pedindo-me para o esperar em Harwich com o carro. Mas você, Holmes... você quase não mudou... tirando essa horrível barbicha.
- Sacrifícios que um homem faz pelo seu país, Watson - disse Holmes, cofiando o apêndice piloso. - Amanhã, tudo isto não passará de uma pavorosa recordação. Com o cabelo cortado e mais umas pequenas alterações, reaparecerei sem dúvida no Claridge's como era antes de este gancho americano... desculpe, Watson, o meu inglês parece ter-se adulterado para sempre... antes de este trabalho se me ter deparado.
- Mas você reformou-se, Holmes. Soube que levava uma vida de ermita entre as suas abelhas e os seus livros, numa quintinha de South Downs.
- É verdade, Watson. Eis o fruto da minha tranquila reforma, a magnum opus dos meus últimos anos! - Pegou no livro de cima da mesa e leu alto o título completo: - Manual Prático de Apicultura com Algumas Observações sobre a Segregação da Rainha.