Ela olhou em redor pelas sombras do quarto.
- Mas então onde está Gennaro? - perguntou. - E o meu marido, Gennaro Lucca. Eu sou Emilia Lucca. Somos de Nova Iorque. Onde está Genaro? Acaba de me chamar desta Janela e vim o mais depressa que pude.
- Fui eu quem a chamou - disse Holmes.
- O senhor? Como poderia tê-lo feito?
- O vosso código era fácil, minha senhora. A sua presença aqui fazia-nos falta. Eu sabia que bastava transmitir apenas a palavra « Vieni» para que acorresse logo.
A bela italiana olhou assombrada o meu companheiro.
- Não percebo como sabe essas coisas - disse. - Giuseppe Gorgiano... Como foi que... - Interrompeu-se e depois, subitamente, o seu rosto iluminou-se de orgulho e alegria. - Ah, já compreendo! O meu Gennaro! O meu formidável, belo Gennaro, que me tem defendido de todo o mal, matou-o com as suas mãos possantes! Matou o monstro! Oh, Gennaro, como és maravilhoso! Que mulher poderá algum dia merecer homem assim?
- Bem, Mrs. Lucca - disse o prosaico Gregson, segurando a senhora pelo braço com tanta delicadeza quanto a que reservaria a um malfeitor de Notting Hill -, eu ainda não sei muito bem quem é ou o que é, mas o que disse chega para a querermos ouvir na Yard.
- Um momento, Gregson - pediu. Holmes. - Parece-me que esta senhora está tão ansiosa por nos contar tudo como nós por a ouvir. A senhora sabe que o seu marido será preso e julgado pela morte do homem que está a nossos pés? Tudo o que disser será usado em tribunal. Mas se pensa que seu marido agiu com base em motivos não criminosos que desejaria fossem conhecidos, então não poderá ajudá-lo de melhor maneira do que contando-nos toda a verdade.
- Agora que Gorgiano está morto, já nada temos a recear respondeu a senhora.