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Capítulo 5: O FUNIL DE CABEDAL

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- Por São Jorge, eis uma ideia que julgo boa! - prosseguiu. - Seria na verdade uma experiência muito instrutiva. O senhor é um paciente psíquico; tem nervos que reagem prontamente a qualquer impressão...

- Nunca me entreguei a experiências nesse campo.

- Ora bem, vamos fazer a experiência esta noite! Posso pedir-lhe como um grande favor, pois vai deitar-se aqui esta noite, que durma com este velho funil colocado ao lado da sua almofada?

A petição pareceu-me absurda, grotesca; mas um dos meus defeitos é um apetite insaciável por tudo o que se relaciona com o fantástico ou o estranho. Não acreditava absolutamente nada na teoria de Dacre, e não contava com o sucesso da sua experiência; contudo, não me desagradava que a experiência fosse tentada. Dacre, com extrema gravidade, aproximou da cabeceira do meu divã um tamborete no qual instalou o funil. Conversámos durante mais alguns instantes; depois, desejou-me uma boa noite e deixou-me sozinho.

Fiquei um momento junto do lume para fumar um cigarro e reflecti na nossa conversa. Por muito céptico que fosse, havia algo de perturbador na convicção de Dacre; senti-me impressionado pelo ambiente pouco banal em que me encontrava, por este quarto imenso ornamentado com objectos estranhos e por vezes sinistros. Finalmente, despi-me, apaguei o candeeiro e deitei-me. Depois de me ter virado e revirado, adormeci. Seja-me permitido que tente descrever com a maior precisão possível o sonho que tive; as suas peripécias subsistem na minha memória mais nitidamente do que qualquer cena a que tivesse realmente assistido.

Como cenário, uma sala abobadada. Dos cantos, quatro tímpanos subiam para um telhado de arestas vivas. A arquitectura era rude, mas sólida. Esta sala fazia certamente parte de um grande edifício.

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pág. 119 (Capítulo 5)

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Capa do livro Histórias Extraordinárias
Páginas: 136
Página atual: 119

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
MÃO ESCURA 1
O CASO DE LADY SANNOX 19
O PARASITA 31
O GATO DO BRASIL 89
O FUNIL DE CABEDAL 113
O QUARTO DO PESADELO 127