Partimos cedo.
Agathe não se mostrava absolutamente nada indisposta com o seu passeio singular, mas eu estava nervoso e abatido, incapaz de ouvir a torrente de comentários que Wilson despejava sobre mim, incapaz de responder-lhe.
E quando dei as boas noites a miss Penelosa, ela meteu-me um papel na mão.
- Peço-lhe que me desculpe - disse ela -, se tomo as minha medidas para triunfar do seu cepticismo. Abra esta carta amanhã de manhã às dez horas. É um pequeno controlo pessoal.
Não posso imaginar o que ela entende por isto, mas o bilhete está aqui e será aberto à hora indicada.
Sinto uma grande dor de cabeça, já escrevi o suficiente por esta noite.
Amanhã tenho a certeza de que tudo o que parece tão inexplicável assumirá outros contornos.
As minhas convicções não capitularão sem ser defendidas.
25 de Março. Sinto-me aturdido, estupefacto. É claro que devo submeter a minha opinião sobre este assunto a um novo exame.
Mas anotemos em primeiro lugar tudo o que se passou. Tinha acabado de almoçar e examinava alguns diagramas destinados a dar mais clareza à minha lição quando a governanta veio dizer-me que Agathe estava no consultório e pedia para falar imediatamente comigo.
Olhei para o relógio de pêndulo e vi com espanto que eram apenas nove e mera.
Quando entrei na sala, ela estava de pé no tapete da chaminé, de frente para mim.
Havia na sua atitude algo que me gelou, e fez parar as palavras que me ocorriam aos lábios.
O seu pequeno véu estava meio descido, mas pude ver que estava pálida e que tinha um ar constrangido.
-Austin, vim dizer-lhe que o nosso noivado terminou.
Cambaleei, sim, creio que cambaleei realmente. Em todo o caso, sei que para me equilibrar tive que amparar-me na estante.
