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Capítulo 3: O PARASITA

Página 65
Vou enlouquecer!

Sim, eis como isto findará. Vou enlouquecer. Nem sequer estou agora longe disso.

A cabeça ferve-me, quando a apoio na minha mão ardente. Tenho todo o corpo percorrido por arrepios como um cavalo espavorido.

Oh, que noite passei!

E, no entanto, tenho alguns motivos para estar também contente.

Com o risco de tornar-me um objecto de ridículo para o meu próprio criado, meti novamente a chave debaixo da porta e aprisionei-me assim para passar a noite.

Depois, porque achei que era demasiado cedo para me deitar, estendi-me completamente vestido na cama, e pus-me a ler um dos romances de Dumas.

De súbito, fui arrancado... sim, arrancado, puxado para fora da cama.

É só nestes termos que posso descrever a força avassaladora que se apoderou de mim.

Agarrei-me ao cobertor. Agarrei-me à madeira da cama. Creio até que no meu frenesim gritei.

Foi tudo inútil. Fiquei impotente. Tive de obedecer. Era-me impossível subtrair-me a isso.

Foi só no começo que opus alguma resistência. A influência depressa se tornou demasiado imperiosa para lutar.

Rendi graças ao Céu por não haver guardas para intervir. Se houvesse, não teria podido responder por mim.

E a esta determinação de sair juntava-se uma percepção muito nítida e muito viva dos meios a que recorrer.

Acendi uma vela. Ajoelhei-me em frente da porta e procurei atrair a chave com as barbas de uma pena de ganso; mas ela era um pouco curta de mais e só conseguiu afastar a chave.

Então, com uma obstinação tranquila, tirei de uma gaveta uma faca de cortar papel e consegui assim recolher a chave.

Abri a porta.

Penetrei no meu gabinete e tirei de cima da secretária uma das minhas fotografias. Escrevi nela algumas linhas e meti-a na algibeira interior do sobretudo.

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pág. 65 (Capítulo 3)

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Capa do livro Histórias Extraordinárias
Páginas: 136
Página atual: 65

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
MÃO ESCURA 1
O CASO DE LADY SANNOX 19
O PARASITA 31
O GATO DO BRASIL 89
O FUNIL DE CABEDAL 113
O QUARTO DO PESADELO 127