Um dos dois ter-me-ia poupado a esta calamidade. Sou levado a crer que terei problemas esta noite. Há duas circunstâncias que me fazem receá-lo.
Uma é que encontrei mrs. Wilson na rua e ela contou-me que miss Penelosa está melhor, embora ainda esteja fraca; a segunda é que o professor Wilson regressa dentro de um ou dois dias e que a sua presença será para ela um embaraço.
Não recearia se as nossas entrevistas ocorressem na presença de um terceiro. Estas duas razões dão-me o pressentimento de que terei problemas esta noite, e tomarei a mesma precaução de antes.
10 de Abril. Não, graças a Deus, tudo correu bem no último serão.
Não podia realmente dirigir-me de novo ao jardineiro. Fechei, portanto, a porta e meti a chave por baixo de maneira que seria obrigado a pedir ao criado que me abrisse do lado de fora de manhã. Mas esta precaução não. era realmente necessária, porque em nenhum momento senti qualquer tendência para sair.
Três serões seguidos em casa! Estou seguramente prestes a findar o meu martírio, porque Wilson chegará de volta ou hoje ou amanhã.
Vou dizer-lhe por onde passei, ou calar-me-ei?
Mas estou convencido de que não encontrarei nele a mínima simpatia. Encarar-me-ia como um paciente interessante e leria uma nota sobre mim na próxima reunião da Sociedade Psíquica, onde discutiria com gravidade a possibilidade de eu ter mentido impudentemente, e compará-la-ia com a probabilidade de estar atingido por um começo de loucura.
Não, não irei pedir ajuda a Wilson.
Sinto-me espantosamente bem disposto e em forma.
Creio que nunca dei a minha aula com mais entusiasmo.
Oh!, se ao menos pudesse afastar esta sombra da minha vida, como seria feliz!
Jovem, de certo modo abastado, na primeira fila da minha profissão, noivo de uma bela e encantadora menina, não possuo tudo o que um homem pode desejar?
Apenas há uma coisa no mundo que me atormenta, mas uma coisa de tomo!
Meia-noite.