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Capítulo 3: O PARASITA

Página 73
Está a sorrir, mas chegará o dia em que me pedirá perdão em altos gritos. Sim, orgulhoso como é, rastejará a meus pés e amaldiçoará o dia em que fez de mim, a sua melhor amiga, a sua mais cruel inimiga. Tenha cuidado, professor Gilroy.

Vi uma mão branca agitar-se no ar e um rosto que quase nada tinha de humano, a tal ponto se achava transtornado pela paixão.

No instante seguinte ela tinha partido e ouvia-a a coxear e a bater com a muleta no corredor.

Mas deixou-me um peso no coração.

Esmagam-me vagos pressentimentos acerca de desgraças futuras.

Em vão faço esforços em vão para me persuadir de que tudo aquilo não passa de fúteis palavras de cólera. Recordo-me muito bem daqueles olhos impiedosos para acreditar que assim seja.

Que fazer? Ai de mim! Que fazer? Deixei de ser senhor da minha alma.

A todo o momento, aquele ignóbil parasita pode penetrar nela, e então...

Tenho de contar o meu terrível segredo a alguém tenho de contá-lo, ou enlouquecerei.

Se houvesse alguém capaz de simpatizar comigo, de aconselhar-me?

Wilson? Nem pensar.

Charles Sadler só me compreenderia dentro dos limites restritos da sua experiência.

Pratt-Haldanel É um homem dos mais equilibrados, largamente provido de senso comum e de recursos.

Irei procurá-lo, contar-lhe-ei tudo; praza a Deus que esteja em condições de aconselhar-me!

6 e 45 da tarde. Não, é inútil, nenhum socorro humano pode ser-me útil. Tenho de combater a sós.

Apresenta-se-me uma alternativa: ou tornar-me o amante daquela mulher, ou sofrer todas as perseguições que ela conseguir infligir-me.

E mesmo que não aconteça nenhuma, viverei num inferno de apreensão. Mas nem que ela me torture, nem que me empurre para a loucura, nem que me mate, nunca cederei, nunca, nunca.

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Capa do livro Histórias Extraordinárias
Páginas: 136
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
MÃO ESCURA 1
O CASO DE LADY SANNOX 19
O PARASITA 31
O GATO DO BRASIL 89
O FUNIL DE CABEDAL 113
O QUARTO DO PESADELO 127